Denner Augusto Sena da Silva ou, como ficaria mais conhecido, “Zói de Gato”, foi um MC muito popular da década de 2000. Ele iniciou sua carreira em meados de 2007, fazendo enorme sucesso como cantor no eixo do funk paulista quando tinha apenas 14 anos. Nascido e criado no bairro de Vila Natal, zona sul de São Paulo, Denner começou a desenvolver seu trabalho baseado no movimento do Funk do Rio de Janeiro, adaptando muitas das características dos MCs cariocas à realidade das periferias paulistanas. A visão de funk apresentada por Zói de Gato estava muito à frente do seu tempo, e viria a se tornar base para muitos sucessos que surgiriam somente anos depois. As letras das canções do MC eram muito diretas e revelavam detalhes sobre a vida na favela e o crime organizado. Um dos organizadores de baile funk da região, Fernando Silveri, disse em entrevista como era trabalhar com Zói de Gato: “Ele era meio envergonhado, mas quando subia no palco se
Denner Augusto Sena da Silva ou, como ficaria mais conhecido, “Zói de Gato”, foi um MC muito popular da década de 2000. Ele iniciou sua carreira em meados de 2007, fazendo enorme sucesso como cantor no eixo do funk paulista quando tinha apenas 14 anos.
Nascido e criado no bairro de Vila Natal, zona sul de São Paulo, Denner começou a desenvolver seu trabalho baseado no movimento do Funk do Rio de Janeiro, adaptando muitas das características dos MCs cariocas à realidade das periferias paulistanas.
A visão de funk apresentada por Zói de Gato estava muito à frente do seu tempo, e viria a se tornar base para muitos sucessos que surgiriam somente anos depois. As letras das canções do MC eram muito diretas e revelavam detalhes sobre a vida na favela e o crime organizado.
Um dos organizadores de baile funk da região, Fernando Silveri, disse em entrevista como era trabalhar com Zói de Gato: “Ele era meio envergonhado, mas quando subia no palco se transformava. Todo o baile e a galera pedia pra ele cantar, era uma coisa absurda”.
Além de ser crítico da polícia e de suas ações nas comunidades, Zói de Gato foi também a voz que entoava com orgulho as origens das favelas, clamando por paz, justiça e liberdade, como dito em “1º Comando”, um de seus maiores sucessos.
Apologias a facções criminosas também eram muito presentes em seus versos, como ainda em “1º Comando”, onde ele exalta o PCC (inspiração para o nome da música), descrevendo muitos de seus integrantes e modos de operação nas regiões dominadas.
Um dos amigos mais próximos de Zói de Gato, o DJ Tyrim, deixou claro em entrevistas que o garoto sempre sofreu com perseguições ao longo de sua carreira, por conta das letras de suas músicas. Ele chegou a se mudar para o interior do estado por um tempo, onde achava mais seguro.
Mesmo com tudo isso, até o final repentino de sua vida, Zói de Gato incorporou todo o seu talento para o avanço do funk paulista, e seus sucessos, como “Amor só de mãe”, “Eu não quero buxixo” e “Fábrica de bico”, músicas que são ouvidas até hoje.
Em 9 de abril de 2009, a vida do MC teria um fim precoce. Zói de Gato havia saído de casa para pegar um ônibus até a casa noturna Maria Mariah, em São Paulo, onde iria se apresentar num baile. MC Brankim, um de seus amigos próximos, falou sobre o que aconteceu.
“Lembro desse dia como se fosse hoje. Ele [Zói de Gato] foi para esse baile de ônibus, porque o funk não dava rios de dinheiro como hoje. Foi numa quarta-feira. Trombei com ele, tiramos uma onda e eu fui embora. Ele voltou para casa de carona”, relembrou.
Na volta para casa, o motorista do carro com o qual o jovem pegava carona perdeu o controle do automóvel e bateu fortemente contra um poste de iluminação. Além dele, outras três pessoas estavam no veículo. O acidente deixou dois mortos: uma adolescente de 15 anos e o MC.
Apesar de nunca ter sido provado, pessoas próximas a Zói de Gato dizem que, quando a polícia havia chegado ao local do acidente, o jovem ainda estava vivo, e só não foi socorrido pois os agentes teriam se negado a fazê-lo.
Um documentário relembrando a história do MC Zói de Gato foi produzido em 2018 pelo youtuber Kelvy Lopes. A produção conta com entrevistas à familiares e, inclusive, à mãe do jovem funkeiro. O vídeo pode ser conferido no link que segue: https://m.youtube.com/watch?v=P2l6Q7ove7I&ab_channel=CanalKelvyLopes